ELEMENTOS
CORPORAIS –HABILIDADES MOTORAS BÁSICAS
Segundo Gallardo (1997), existem
várias classificações de habilidades motoras, cada uma delas com um objetivo
específico de estudo.
Abaixo estão abordadas as
habilidades específicas relacionadas ao trabalho desenvolvido na disciplina. A
classificação pode ser assim dividida:
•
Quanto
à precisão do movimento: habilidades de locomoção, não locomoção e manipulação.
•
Quanto
à forma de execução; habilidade básica (discreta), seriada e especial
(contínua).
•
Quanto
à complexidade de tarefas: tarefa altamente complexa e de baixo índice de
complexidade.
De acordo com Barbanti e Zílio
(1994) a habilidade motora é conceituada como atos ou tarefas que requerem
movimento e devem ser aprendidos a fim de serem executados corretamente.
Pode-se conceituar também a
habilidade motora como uma qualidade de desempenho envolvendo uma sequência
organizada de movimento.
É considerada uma ação complexa e intencional
envolvendo toda uma cadeia de mecanismos, através do processo de aprendizagem.
De um modo geral se divide em:
•
Locomoção:
são os movimentos básicos que possibilitam ao corpo se deslocar de um lugar
para outro no espaço, por exemplo: andar, correr, saltar, saltitar, rolar,
etc...
•
Manipulação:
são os movimentos básicos que envolvem o manejo de objetos, por exemplo: lançar,
receber, chutar, quicar, atirar, etc...
•
Não
Locomoção: são os movimentos básicos que podem ser executados em espaço
simples, sem movimento da base de apoio ou sem a intenção de se deslocar de um
lugar para o outro no espaço, por exemplo: flexão, extensão, giro, circundução,
balanceio, rotação, etc...
PRÁTICA
PEDAGÓGICA
Segundo Leguet (1987):
“Não querendo interferir nos métodos
ou estratégias na prática, cada professor tem sua personalidade, suas
convicções”... considerando os problemas motores como secundários relativamente
aos objetivos... (p54).
Entende-se por prática pedagógica a
ação do professor empregada na aula, observando o número de alunos, espaço
físico, nível de aptidão e heterogeneidade dos alunos. Onde se lê problema
motor, traduz-se uma limitação particular de cada aluno, que expressa falta de
vivências anteriores ou estímulos, sendo assim, a prioridade do professor não
ser a performance do alto nível e sim, a melhoria as aptidões. Baseado nisto,
cada professor estabelece sua estratégia de trabalho.
Esta estratégia e metodologia,
relacionadas ao objetivo específico devem ser desenvolvidas a partir da
sensibilização do professor com relação ao interesse dos alunos, motivação,
criando condições de ambiente, solicitando e permitindo vivências e ações
motoras diferenciadas, respeitando as expectativas de cada aluno.
Com relação às condições de
ambiente, o professor deve:
•
Variar
os materiais,
•
Variar
a forma de utilização dos materiais,
•
Variar
o estímulo,
•
Instruir,
sinalizar, questionar,
•
Estimular
a ajuda, cooperação e auxilio.
A prática pedagógica para Hostal
(1982) permite a descoberta do corpo por meio de situações diferentes da
habitual.
...exercícios que se baseiam em uma
análise prévia do gesto e que permitem melhor domínio corporal, que pela
prática de exercícios de forma fixa
(ginástica e dança), quer pela prática de atividades de expressão que favorecem
a criação pessoal (mímica expressão-coroporal, dança livre). Em ginástica, o
corpo se encontra geralmente em situações e em posições incomuns. É o momento
de dominar os elementos sócios afetivos. A ginástica nos ensina a enfrentar
progressivamente, a partir de situações seguras, situações mais perigosas, a
lutar para vencer sozinho a dificuldade do problema proposto (p.10).
Para o autor a prática pedagógica em
ginástica visa, o desenvolvimento geral dos aspectos relacionados à educação
(social, afetivo e cognitivo).
A ginástica favorece situações motoras
variadas relacionadas às modalidades e outras atividades esportivas aonde
progressivamente vai educando o gesto motor. Onde se lê situações perigosas
deve-se entender situações não habituais e desconhecidas para o aluno; em
relação à frase “lutar para vencer sozinho” pode-se entender como uma busca da
melhoria individual de suas ações motoras.
ELEMENTOS
CORPORAIS –CAPACIDADES FÍSICAS
É uma qualidade geral de um
indivíduo, relacionada com o desempenho de uma variedade de habilidades
motoras, sendo um componente da estrutura dessas habilidades.
É um conjunto das possibilidades
motrizes naturais e adquiridas, mediante as quais se podem realizar esforços
distintos.
A eficiência nos movimentos
corporais que se realiza nos conteúdos da Educação Física, as danças, os
esportes, os jogos, as lutas, e etc.., e até dos movimentos realizados no dia a
dia, depende do desenvolvimento as habilidades corporais, as chamadas
capacidades físicas.
Uma das funções da Educação Física
Escolar é desenvolver as capacidades físicas: coordenação, flexibilidade,
força, potência, velocidade, agilidade, equilíbrio, resistência, ritmo,
alongamento.
Abaixo estão descritas as qualidades
físicas.
COORDENAÇÃO:
É a integração do sistema
nervoso central e da musculatura esquelética em um movimento ou em uma
sequência de movimento.
O movimento está integrado aos
comandos mentais, é um processo que envolve reflexão/ação. Coordenação motora
associa corpo e mente.
A coordenação envolve uma ação
simples como andar com outras mais complexas como realizar a roda (estrela).
FLEXIBILIDADE:
É a qualidade física responsável pela execução
voluntária máxima por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos
limites morfológicos, sem risco de provocar lesão”. (Dantas, 1995,p.33).
É a propriedade motora que permite
realizar movimentos em nível articular, estruturalmente a flexibilidade depende
dos músculos, tendões, ligamentos, cápsula articular, estrutura óssea e pele
que são fatores limitantes.
Segundo Zílio (1994), a flexibilidade pode ser
dividida em:
a)Flexibilidade
Ativa: quando a ação sobre determinada articulação é exercida por forças
internas do próprio indivíduo.
b)Flexibilidade
Passiva: quando a ação sobre determinada articulação é exercida por forças
externas ao corpo do executante, como um auxiliar, pesos ou outra forma de
auxilio.
A
flexibilidade envolve a mobilidade articular (movimento das articulações)
e a elasticidade muscular:(alongamento
dos músculos).
FORÇA: “É a habilidade de um músculo ou
grupamento muscular de vencer uma resistência, produzindo tensão na ação de
empurrar, tracionar ou elevar”
(Tubino, 1992, p.20).
É o resultado de processos de inervação e de
utilização de substâncias energéticas na musculatura.
POTÊNCIA: O conceito de potência emitido pela
física é igual à força multiplicada pela velocidade. Para a atividade física. O
sinônimo corrente de potência é a força explosiva, ou seja, a quantidade de
trabalho feito na unidade de tempo.
VELOCIDADE: “Qualidade particular do músculo e
das coordenações neuromusculares que permite uma sucessão rápida de gestos
(...) (Tubino, 1979, p.30)”.
A velocidade pode determinar o grau
de dificuldade de um movimento, ou seja, a maioria dos exercícios se torna mais
difíceis se realizados com maior velocidade.
AGILIDADE:
“Capacidade
que se tem para mover o corpo no espaço o mais rápido possível. Muitos
estudiosos consideram a agilidade como sinônimo de velocidade de troca de
direção (...) (Tubino, 1979, p.69)”.
Pode-se dizer que a agilidade é
saber agir com velocidade, porque envolve a utilização do espaço com eficiência
e rapidez.
EQUILIBRIO:
“Qualidade
física conseguida por uma combinação de ações musculares com o propósito de
sustentar o corpo sobre uma base, contra a lei da gravidade”. (p.41). O
príncipio básico do equilíbrio é se manter em pé, depois de uma sequência por
grau de dificuldade pode-se considerar: sustentar-se sobre um pé, pular, andar
em plano de alto relevo, realizar a parada de mãos (parada de dois apoios).
RESISTÊNCIA:
É uma
qualidade que permite ao indivíduo realizar um esforço continuado, reagindo
contra a fadiga. Existem diferentes tipos de resistência, cada tipo exigirá a
utilização de uma determinada fonte de energia.
RITMO: O ritmo é o determinante do tempo
disponível para realizar um movimento, assim como entre um movimento e outro. O
ritmo determina:
•
A
velocidade do movimento, se lento, moderado, rápido, veloz, etc...
•
A
pausa entre um movimento e outro; entre uma ação e outra há um intervalo, o
ritmo encadeia o tempo de ação e de repouso, de movimento e de relaxamento.
ALONGAMENTO:
É uma
extensão do músculo além de seu comprimento em repouso, não busca aumentar o
nível de amplitude dos movimentos, ou seja, não há esforço sobre a articulação
e também não se aplica força externa.
Segundo Barbanti (1994), alongamento
é dividido em:
•
Alongamento
Dinâmico: quando se utiliza movimentos de balanceios ou oscilações de
segmentos, visando aumentar a amplitude muscular.
•
Alongamento
Estático: quando o músculo desejado permanece na sua maior extensão possível.
DESCONTRAÇÃO:
“Atividade
nula do aparelho motor voluntário” (p73, BREGOLATO 2008) É a capacidade que a pessoa tem de realxar.
Contrariamente à contração muscular, há a descontração muscular quando a
musculatura reduz sua tonicidade. A descontração muscular e mental pode ser
treinada, saber relaxar depende também do exercício. A descontração acalma a
pessoa, anulando de certa forma a agitação causada pelo exercício, deixando o
corpo e a mente em prontidão para outro tipo de atividade. O relaxamento é
oposto a agitação, precisa ser exercitado na escola porque equilibra o aluno.
SEQUÊNCIA
PEDAGÓGICA:
é a sucessão de movimentos, naturais ou construídos, visando um objetivo; a
ordem dos movimentos acontece de acordo com a importância e a dificuldade. Ela
é dividida em estágios de desenvolvimento: descoberta, intencionalidade,
análise, aperfeiçoamento, desenvolvimento. Os objetivos visados são:
•
Alunos:
experimenta, imagina, tenta, imita, descobre, constata, avalia e seleciona.
•
Professor:
orienta, incentiva, ajuda, avalia e corrige.
SEQUÊNCIA
GINÁSTICA:
é uma sequência de exercícios utilizando os fundamentos básicos da ginástica
(saltos e posturas) que somados às habilidades motoras se interligam de forma
harmoniosa.
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
AYUB,
Eliana. Encontro de Ginástica Geral. S.P.
Ed. Unicamp, 1996.
BARBANTI,
V. Dicionário da Educação Física e do
Esporte. S.P. Ed. Manole, 1994.
BREGOLATO,
Roseli. Cultura Corporal da Ginástica-
V.2. S.P. Ed. Ícone.
GALLARDO,
Jorge. Educação Física: contribuições
para a formação profissional. Ijuí. Ed. Unijui, 1997.
LEGUET,
Jacques. As ações motoras em ginástica
esportiva. S.P.Ed Manole, 1987.
SOARES,
C.L. Educação Física: raízes européias e
Brasil. S.P. Campinas Autores Associados, 1994.
_____________.
Metodologia do ensino da Educação Física.
S.P. Ed. Cortez, 1998.
ZILIO,
Alduino. Treinamento Físico:
terminologia. Canoas: Ed Ulbra, 1994.
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