quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Ginástica Geral e Olímpica - Prof. Marília de Campos Ferreira Terminologia da Educação Física e da Ginástica Ginástica Geral – Professora Drika


ELEMENTOS CORPORAIS –HABILIDADES MOTORAS BÁSICAS

Segundo Gallardo (1997), existem várias classificações de habilidades motoras, cada uma delas com um objetivo específico de estudo.
Abaixo estão abordadas as habilidades específicas relacionadas ao trabalho desenvolvido na disciplina. A classificação pode ser assim dividida:
         Quanto à precisão do movimento: habilidades de locomoção, não locomoção e manipulação.
         Quanto à forma de execução; habilidade básica (discreta), seriada e especial (contínua).
         Quanto à complexidade de tarefas: tarefa altamente complexa e de baixo índice de complexidade.

De acordo com Barbanti e Zílio (1994) a habilidade motora é conceituada como atos ou tarefas que requerem movimento e devem ser aprendidos a fim de serem executados corretamente.
Pode-se conceituar também a habilidade motora como uma qualidade de desempenho envolvendo uma sequência organizada de movimento.
 É considerada uma ação complexa e intencional envolvendo toda uma cadeia de mecanismos, através do processo de aprendizagem.
De um modo geral se divide em:

         Locomoção: são os movimentos básicos que possibilitam ao corpo se deslocar de um lugar para outro no espaço, por exemplo: andar, correr, saltar, saltitar, rolar, etc...

         Manipulação: são os movimentos básicos que envolvem o manejo de objetos, por exemplo: lançar, receber, chutar, quicar, atirar, etc...

         Não Locomoção: são os movimentos básicos que podem ser executados em espaço simples, sem movimento da base de apoio ou sem a intenção de se deslocar de um lugar para o outro no espaço, por exemplo: flexão, extensão, giro, circundução, balanceio, rotação, etc...

PRÁTICA PEDAGÓGICA

Segundo Leguet (1987):

“Não querendo interferir nos métodos ou estratégias na prática, cada professor tem sua personalidade, suas convicções”... considerando os problemas motores como secundários relativamente aos objetivos... (p54).

Entende-se por prática pedagógica a ação do professor empregada na aula, observando o número de alunos, espaço físico, nível de aptidão e heterogeneidade dos alunos. Onde se lê problema motor, traduz-se uma limitação particular de cada aluno, que expressa falta de vivências anteriores ou estímulos, sendo assim, a prioridade do professor não ser a performance do alto nível e sim, a melhoria as aptidões. Baseado nisto, cada professor estabelece sua estratégia de trabalho.
Esta estratégia e metodologia, relacionadas ao objetivo específico devem ser desenvolvidas a partir da sensibilização do professor com relação ao interesse dos alunos, motivação, criando condições de ambiente, solicitando e permitindo vivências e ações motoras diferenciadas, respeitando as expectativas de cada aluno.
Com relação às condições de ambiente, o professor deve:

         Variar os materiais,
         Variar a forma de utilização dos materiais,
         Variar o estímulo,
         Instruir, sinalizar, questionar,
         Estimular a ajuda, cooperação e auxilio.

A prática pedagógica para Hostal (1982) permite a descoberta do corpo por meio de situações diferentes da habitual.

...exercícios que se baseiam em uma análise prévia do gesto e que permitem melhor domínio corporal, que pela prática de exercícios de forma fixa              (ginástica e dança), quer pela prática de atividades de expressão que favorecem a criação pessoal (mímica expressão-coroporal, dança livre). Em ginástica, o corpo se encontra geralmente em situações e em posições incomuns. É o momento de dominar os elementos sócios afetivos. A ginástica nos ensina a enfrentar progressivamente, a partir de situações seguras, situações mais perigosas, a lutar para vencer sozinho a dificuldade do problema proposto (p.10).
Para o autor a prática pedagógica em ginástica visa, o desenvolvimento geral dos aspectos relacionados à educação (social, afetivo e cognitivo).
 A ginástica favorece situações motoras variadas relacionadas às modalidades e outras atividades esportivas aonde progressivamente vai educando o gesto motor. Onde se lê situações perigosas deve-se entender situações não habituais e desconhecidas para o aluno; em relação à frase “lutar para vencer sozinho” pode-se entender como uma busca da melhoria individual de suas ações motoras.


ELEMENTOS CORPORAIS –CAPACIDADES FÍSICAS

É uma qualidade geral de um indivíduo, relacionada com o desempenho de uma variedade de habilidades motoras, sendo um componente da estrutura dessas habilidades.
É um conjunto das possibilidades motrizes naturais e adquiridas, mediante as quais se podem realizar esforços distintos.
A eficiência nos movimentos corporais que se realiza nos conteúdos da Educação Física, as danças, os esportes, os jogos, as lutas, e etc.., e até dos movimentos realizados no dia a dia, depende do desenvolvimento as habilidades corporais, as chamadas capacidades físicas.
Uma das funções da Educação Física Escolar é desenvolver as capacidades físicas: coordenação, flexibilidade, força, potência, velocidade, agilidade, equilíbrio, resistência, ritmo, alongamento.
Abaixo estão descritas as qualidades físicas.

COORDENAÇÃO:  É a integração do sistema nervoso central e da musculatura esquelética em um movimento ou em uma sequência de movimento.
O movimento está integrado aos comandos mentais, é um processo que envolve reflexão/ação. Coordenação motora associa corpo e mente.
A coordenação envolve uma ação simples como andar com outras mais complexas como realizar a roda (estrela).

FLEXIBILIDADE:  É a qualidade física responsável pela execução voluntária máxima por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem risco de provocar lesão”. (Dantas, 1995,p.33).
É a propriedade motora que permite realizar movimentos em nível articular, estruturalmente a flexibilidade depende dos músculos, tendões, ligamentos, cápsula articular, estrutura óssea e pele que são fatores limitantes.
 Segundo Zílio (1994), a flexibilidade pode ser dividida em:

a)Flexibilidade Ativa: quando a ação sobre determinada articulação é exercida por forças internas do próprio indivíduo.
b)Flexibilidade Passiva: quando a ação sobre determinada articulação é exercida por forças externas ao corpo do executante, como um auxiliar, pesos ou outra forma de auxilio.

A flexibilidade envolve a mobilidade articular (movimento das articulações) e  a elasticidade muscular:(alongamento dos músculos).


FORÇA: “É a habilidade de um músculo ou grupamento muscular de vencer uma resistência, produzindo tensão na ação de empurrar, tracionar ou elevar”
(Tubino, 1992, p.20).
 É o resultado de processos de inervação e de utilização de substâncias energéticas na musculatura.

POTÊNCIA: O conceito de potência emitido pela física é igual à força multiplicada pela velocidade. Para a atividade física. O sinônimo corrente de potência é a força explosiva, ou seja, a quantidade de trabalho feito na unidade de tempo.


VELOCIDADE: “Qualidade particular do músculo e das coordenações neuromusculares que permite uma sucessão rápida de gestos (...) (Tubino, 1979, p.30)”.
A velocidade pode determinar o grau de dificuldade de um movimento, ou seja, a maioria dos exercícios se torna mais difíceis se realizados com maior velocidade.

AGILIDADE: “Capacidade que se tem para mover o corpo no espaço o mais rápido possível. Muitos estudiosos consideram a agilidade como sinônimo de velocidade de troca de direção (...) (Tubino, 1979, p.69)”.
Pode-se dizer que a agilidade é saber agir com velocidade, porque envolve a utilização do espaço com eficiência e rapidez.


EQUILIBRIO: “Qualidade física conseguida por uma combinação de ações musculares com o propósito de sustentar o corpo sobre uma base, contra a lei da gravidade”. (p.41). O príncipio básico do equilíbrio é se manter em pé, depois de uma sequência por grau de dificuldade pode-se considerar: sustentar-se sobre um pé, pular, andar em plano de alto relevo, realizar a parada de mãos (parada de dois apoios).

RESISTÊNCIA: É uma qualidade que permite ao indivíduo realizar um esforço continuado, reagindo contra a fadiga. Existem diferentes tipos de resistência, cada tipo exigirá a utilização de uma determinada fonte de energia.



RITMO: O ritmo é o determinante do tempo disponível para realizar um movimento, assim como entre um movimento e outro. O ritmo determina:
         A velocidade do movimento, se lento, moderado, rápido, veloz, etc...
         A pausa entre um movimento e outro; entre uma ação e outra há um intervalo, o ritmo encadeia o tempo de ação e de repouso, de movimento e de relaxamento.

ALONGAMENTO: É uma extensão do músculo além de seu comprimento em repouso, não busca aumentar o nível de amplitude dos movimentos, ou seja, não há esforço sobre a articulação e também não se aplica força externa.
Segundo Barbanti (1994), alongamento é dividido em:

         Alongamento Dinâmico: quando se utiliza movimentos de balanceios ou oscilações de segmentos, visando aumentar a amplitude muscular.
         Alongamento Estático: quando o músculo desejado permanece na sua maior extensão possível.

DESCONTRAÇÃO: “Atividade nula do aparelho motor voluntário” (p73, BREGOLATO 2008) É a capacidade             que a pessoa tem de realxar. Contrariamente à contração muscular, há a descontração muscular quando a musculatura reduz sua tonicidade. A descontração muscular e mental pode ser treinada, saber relaxar depende também do exercício. A descontração acalma a pessoa, anulando de certa forma a agitação causada pelo exercício, deixando o corpo e a mente em prontidão para outro tipo de atividade. O relaxamento é oposto a agitação, precisa ser exercitado na escola porque equilibra o aluno.

SEQUÊNCIA PEDAGÓGICA: é a sucessão de movimentos, naturais ou construídos, visando um objetivo; a ordem dos movimentos acontece de acordo com a importância e a dificuldade. Ela é dividida em estágios de desenvolvimento: descoberta, intencionalidade, análise, aperfeiçoamento, desenvolvimento. Os objetivos visados são:
         Alunos: experimenta, imagina, tenta, imita, descobre, constata, avalia e seleciona.
         Professor: orienta, incentiva, ajuda, avalia e corrige.

SEQUÊNCIA GINÁSTICA: é uma sequência de exercícios utilizando os fundamentos básicos da ginástica (saltos e posturas) que somados às habilidades motoras se interligam de forma harmoniosa.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

AYUB, Eliana. Encontro de Ginástica Geral. S.P. Ed. Unicamp, 1996.

BARBANTI, V. Dicionário da Educação Física e do Esporte. S.P. Ed. Manole, 1994.

BREGOLATO, Roseli. Cultura Corporal da Ginástica- V.2. S.P. Ed. Ícone.

GALLARDO, Jorge. Educação Física: contribuições para a formação profissional. Ijuí. Ed. Unijui, 1997.

LEGUET, Jacques. As ações motoras em ginástica esportiva. S.P.Ed Manole, 1987.

SOARES, C.L. Educação Física: raízes européias e Brasil. S.P. Campinas Autores Associados, 1994.

_____________. Metodologia do ensino da Educação Física. S.P. Ed. Cortez, 1998.



ZILIO, Alduino. Treinamento Físico: terminologia. Canoas: Ed Ulbra, 1994.








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